NOSSA SENHORA DA LUZ E DIA MUNDIAL DA VIDA RELIGIOSA CONSAGRADA

A Igreja Católica Apostólica Romana, no dia 02 de fevereiro, celebra o Dia Mundial da Vida Consagrada e a festa de Nossa Senhora da Luz, conhecida popularmente também como Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Candelária ou Nossa Senhora da Purificação. A cantora baiana Maria Bethânia, juntamente com seu irmão Caetano Veloso, compôs várias canções em louvor àquela que é venerada e admirada pelo povo soteropolitano carinhosamente. Dentre as várias canções destacam-se Hino a Nossa Senhora da Purificação/Salve Rainha, És lírio e Mãe de Deus das Candeias.

Ó mãe de Deus das candeias/ Aceita essa romaria/ Que os romeiros são de longe/Não podem vir todo dia/[…]Ó mãe de deus das candeias/Mãe de deus das candeias/ Senhora de tanta luz/Quem vai doente, vem são/ Quem vai cego, vem com luz (BETHÂNIA, Maria. Mãe de Deus das Candeias, 2003)

Ao reunir essas duas festas, enquanto religiosos e consagrados, somos convidados a refletir no chamado feito pelo Senhor, a cada um de nós em particular, para abraçar o seu convite. Tal convite pode ter sido realizado em momentos e situações diferentes da vida do vocacionado, e que a partir de uma resposta dada por nós, também abraçaríamos algo novo, causando assim mudanças no decorrer de nossa história pessoal e vocacional.

Recordamos a figura e o papel da Virgem Maria, que ainda na juventude, e dotada de virtudes religiosas (temor a Deus, fé, fidelidade, esperança, confiança, entre outros) herdadas de seus pais Joaquim e Ana, homens de uma vida de oração, não se silenciou ao chamado feito por Deus: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa Palavra” (Lc. 1,38).

A vida de Maria, ao aceitar o convite de Deus, também passou por mudanças. A primeira virtude a ser notada por nós e que também devemos tomar como exemplo e testemunho é a prontidão, o despojamento e o cuidado com o outro, já que ela, ao ser comunicada de que sua prima Isabel também concedera um filho na velhice, partiu para estar junto daquela que era considerada “estéril e não possuía filhos” (Lc.1,7).

Ao partir em missão para encontrar com sua prima Isabel, Maria levou consigo aquilo que lhe era mais precioso e valioso: Jesus Cristo, luz do mundo. Desta forma, também nós, em nossos dias, diante das obediências confiadas a cada um, também devemos agir como Maria, deixando que a luz do Menino Deus venha irradiar no coração de cada pessoa que encontrarmos no peregrinar de nossa vida e missão.

Em uma mensagem para o Dia Mundial da Vida Consagrada, no ano de 2012, o então Cardeal Dom João Braz de Aviz, prefeito dos Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica disse: “os consagrados são aqueles que tendo entendido um olhar especial do Senhor, dizem um ‘sim’ a Ele. Os consagrados sabem que muitas vezes passam por estradas de portas estreitas, lugares difíceis, mas sentem o chamado como um apelo forte de amor, e como descobriram que Deus os ama intensamente, na Igreja, ao lado de todas as outras vocações, eles, consagrados ao Senhor, procuram ser sinal de luz que Deus é para todos os povos”.

Neste dia, portanto, vençamos os desafios e tribulações que encontramos no decorrer do caminho, olhemos para Aquele que nos chamou um dia e renovemos o nosso compromisso, de enquanto batizados e consagrados, possamos ser “luz do mundo e sal da terra”, trabalhando pela paz, pela fraternidade, com o intuito de a cada dia de nossa vida iluminemos o futuro que há de vir, na esperança de criarmos juntos o Reino de Deus sob a intercessão de Nossa Senhora da Luz e de nosso Seráfico Pai São Francisco de Assis.

Frei Hugo Junqueira, OFM.