Província do Santíssimo Nome de Jesus

Notícias › 12/08/2022

Vocação um serviço a humanidade

 

A vocação, como o nome indica, é a resposta da pessoa humana à voz de Deus, pronunciada através do uso dos dons oferecidos por Deus, dos valores e dos anseios pessoais para atingir um objetivo de vida realizador, no serviço prestado à comunidade humana. Ela é clareada, como opção de vida, pela reflexão, orientação, oração e estímulo para um estado de vida que vai fazer a pessoa a perceber-se realizada, contribuindo para a promoção do bem comum. Assim, em contrapartida, vai conquistando segurança e prazer em exercer determinada função social.

Na Igreja, dentro dos estados que cada um escolhe com base na fé e nos valores pessoais, o católico escolhe entre ser leigo, solteiro ou casado, na vocação matrimonial, religioso ou ministro ordenado, nos diferentes graus de diácono, presbítero ou bispo. Este último é de escolha da Igreja. Nestas diferentes vocações, em vista do batismo e da fé, a pessoa toma consciência sobre a melhor forma de responder ao chamado de Deus para servir a Igreja e a sociedade. No caso dos leigos, sua ação se dá na família, na comunidade religiosa e no mundo profissional, como luz ou indicativa de um caminho de seguimento a Jesus Cristo em seus ambientes. A vida na consagração pelos votos religiosos em institutos específicos, com seus carismas diferenciados para o serviço à Igreja, leva a pessoa a viver na prática da pobreza evangélica, castidade celibatária e a obediência no encaminhamento da própria vida. A consagração para o ministério ordenado faz a pessoa colocar-se no serviço de coordenação da comunidade religiosa, instruindo oficialmente sobre a Palavra de Deus e os ensinamentos da Igreja e dando os sacramentos para a santificação dos fiéis. Lugar privilegiado e incentivador das vocações eclesiais são as famílias realmente cristãs. A sabedoria divina leva a pessoa a fazer a melhor opção para servir a humanidade, em base à fé (Cf. Sabedoria 18,9; Cf. Hebreus 11,1-2,8-19).

Quem é sólido na fé não tem medo de fazer uma opção vocacional que contraria a mentalidade do mundo atual. Confia na ação divina, que lhe dá segurança para sua escolha e seguimento vocacional bem discernido. Sabe da promessa de Cristo: “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o reino. Vendei vossos bens e dai esmola. Fazei bolsas que não estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói” (Lucas 12, 32-33).

Assumir sua vocação é encontrar seu lugar no mundo. É perceber que Deus nos conduz e quer contar conosco em seu projeto de amor para a humanidade. Continuamos, portanto, a ação de Jesus no hoje da nossa história quando assumimos, com fé e coragem, o chamado que Ele nos faz: “Ide, fazei discípulos” (Mt 28, 19).

Todo chamado nos coloca em uma dimensão missionária. Nossa Vocação se dá em um chamado que deve impulsionar no serviço aos mais pobres e abandonados de nossos tempos, dar vida nova as pessoas, restabelecendo-as em sua dignidade de pessoa humana, criatura amada por Deus!

A vocação cristã deve nos comprometer a viver o Evangelho, colocando-se a serviço da humanidade, perante as dificuldade e desafios que se aparecem, mesmo que não soubermos como devemos fazer – olhemos para o Mestre do Serviço, Jesus Cristo, e para Maria, a Mãe do Mestre! É o próprio Jesus quem nos diz: “Eu vos dei o exemplo, agora vocês façam o mesmo” (Jo 13, 12-17).

Através do Batismo fomos marcamos em nome da Trindade Santa. Em Jesus Cristo, nos tornamos, pela ação do Espírito Santo, filhos de Deus Pai. Esta vocação recebe-se por coparticipação da filiação de Jesus Cristo. Fomos e somos ungidos, Deus derramou em nós os dons do Espírito Santo (Mt 3,17b; Jo 1, 32-34).

O Batismo nos confere uma Identidade Cristã, não por mérito, mas simplesmente porque Deus nos ama tanto que deseja compartilhar de sua santidade e missão com cada um de nós (Mt 15, 9; 16a).

Não somos e não estamos sozinhos. Portanto, como cristãos, participamos de uma comunidade (Mt 15,17), onde fazemos um caminho de crescimento e amadurecimento da fé. O cristão na medida em que amadurece na fé, amadurece também nas boas obras, pois entende que Jesus Cristo se faz presente em cada pessoa, particularmente nos necessitados (Mt 25,34-40). Ser cristão é ser comprometido com a mesma missão de Jesus, sendo testemunhas e anunciadores do Amor. Pois toda vocação é para a missão, e missão é serviço para a humanidade!

Vocação é serviço àqueles que estão ao nosso redor na comunidade. Lancemos as redes do perdão e da fraternidade, para que não falte A Alegria do Amor nas famílias (Amoris Laetitia – cap. VI e VIII, Papa Francisco), um serviço vocacional com jovens e adolescentes concedendo espaços e confiando-lhes responsabilidade na comunidade. Um serviço na pastoral da visitação com carinho aos doentes e idosos. Serviço na catequese e dos diversos serviços da comunidade (Liturgia, administração, festeiros, limpeza/ornamentação, caridade, oração, música e etc.), pastorais que através de ações concretas fazem a comunidade crescer na vivência da fé e na prática do bem.

Nossa vocação cristã nos compromete a viver o Evangelho, colocando-nos a serviço da humanidade. E, se frente a dificuldade e a desafios, não soubermos como devemos fazer – olhemos para o Mestre do Serviço, Jesus Cristo, e para Maria, a Mãe do Mestre! É o próprio Jesus quem nos diz: “Eu vos dei o exemplo, agora vocês façam o mesmo” (Jo 13, 12-17).

 

Frei Flávio Pereira Nolêto, O.F.M.

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