De Santa Maria do Araguaia à Araguacema: Uma breve descrição de minha experiência missionária

Por: Frei Hugo Junqueira, OFM.

“Eu quero ver o pôr-do-sol no Rio Araguaia. E avistar fogueiras na distância lá na praia. Sentar-me na cadeira da varanda e escutar as vozes tão suaves do outro lado a entoar os teus louvores, ó Deus da Criação” (Frei Beraldo J. Hanlon, OFM).

Santa Maria do Araguaia, era o terceiro nome dado ao município que tentaram colonizar uma primeira vez ainda no século XIX e que, em extensão territorial, fora um dos maiores municípios do Brasil. Já recebera o nome de Vila de Porto Franco, Couto Magalhães, Santa Maria do Araguaia (como iniciei esse texto), até chegar Araguacema, nome sugerido por Manoel Athaide da Graça Leite, em homenagem ao Rio Araguaia, e que significa Cidade das Águas.

Iniciei o texto com “Santa Maria do Araguaia” para destacar a riqueza histórica e a transformação identitária do município ao longo do tempo. Esse nome, embora não tenha sido o definitivo, representa um momento crucial na evolução da cidade, refletindo as diferentes fases de colonização e os esforços para consolidar uma comunidade na região.

Dia 11 de janeiro de 2025 foi o dia em que aqui cheguei nesta cidade, cidade que tem por filha ilustre a ex-Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, que aqui viveu a sua infância. Desde a minha chegada tenho vivenciado experiências transformadoras, repletas de aprendizado e serviço ao próximo.

Uma dessas experiências, que fora muito edificante, foi poder preparar e ensaiar o Coral da Matriz para a Santa Missa de Posse do Novo pároco, celebrada no dia 21 de janeiro. Em dois ensaios, conseguimos preparar uma linda celebração. Além da celebração de Posse do Novo Pároco, venho ajudando os pequenos grupos de canto, com o ensino de novas músicas, a elaboração de um livro com os cantos do tempo da Quaresma e Semana Santa, e acompanhando-os durante as missas.

A acolhida dos paroquianos, e a aproximação que tenho tido com cada um deles, tem me demonstrado a força da fé e da comunhão que aqui existe entre os irmãos. Nos momentos de celebrações realizados, até o momento, na Capela São Francisco, na Matriz Nossa Senhora da Divina Providência, na Capela Santo Antônio e Capela Santa Clara, percebo como a presença missionária contribui para o crescimento espiritual tanto pessoal quanto comunitário.

Tenho participado dos eventos e formações da Diocese de Miracema do Tocantins e essas participações também tem sido enriquecedoras em minha vocação, somando no conhecimento paroquial e nas relações fraternas com as outras cidades que compõem a Diocese. Desafios surgem a cada dia, mas com a fé, os mesmos são superados aumentando a minha confiança “n’Aquele que vos chamou e é fiel” (KOLLING, Irmã Míria T. Aquele que vos chamou é fiel, 2009).

O aprendizado tem sido contínuo e vejo o quanto essa experiência missionária vem moldando o meu caráter e, também, fortalecendo a minha espiritualidade. Estou e sou imensamente grato à Província por estar realizando meu Ano Missionário junto à Fraternidade Evangelizadora composta por Frei Matheus e Frei Jaime. Os encontros com o povo que aqui reside, as partilhas e os testemunhos muito me tem ajudado. Este Ano Missionário em Araguacema está sendo um tempo de graça, de crescimento e de entrega ao serviço do Reino de Deus e à Igreja.

Que a Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora da Divina Providência, continue a guiar os meus passos e os de todos que se dedicam à missão evangelizadora.

Paz e Bem!