Província do Santíssimo Nome de Jesus

Notícias › 28/04/2022

JESUS, SANTÍSSIMO NOME

Fr. Rogério F. Constantino, OFM

Proclamai sua salvação, dia após dia, anunciai sua glória por entre as nações, pelos povos todos as  suas maravilhas! (Sl 96 2-3)

Para falarmos do Santíssimo Nome de Jesus, na ótica franciscana, precisamos recorrer primariamente a São Bernardino de Siena. O missionário franciscano do séc XIV e XV, chamado Apóstolo da Itália, percorreu sua terra pregando os vícios e as virtudes (RB IX, 5), reformando a vida moral e prática do seu tempo. Sua marca e sinal deixado em cada local que passou foi o trigrama IHS, o Nome Santíssimo de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Acerca da razão pela qual São Bernardino adotou este gesto, ele mesmo diz: “O Nome de Jesus é a luz dos pregadores porque ilumina com o seu esplendor os que anunciam e os que ouvem a sua palavra […] Portanto, é necessário proclamar este Nome, para que sua luz não fique oculta, mas resplandeça.” (Sermão 49)

De fato, nosso Seráfico Pai São Francisco já alertava em seu Testamento sobre o cuidado com o Santíssimo Nome do Senhor e Palavras que deveriam ser conservados em lugares preciosos e decentes:

Os Santíssimos Nomes e palavras dEle escritos, se por acaso eu os encontrar em lugares inconvenientes, quero recolhê-los e rogo que sejam recolhidos e colocados em lugar honesto. (Test. 12)

É possível encontrar na Sagrada Escritura diversos elementos que impelem à devida honra e o ímpeto para a pregação a partir do Santíssimo Nome de Jesus. A composição de Frei Beraldo J. Hanlon, OFM intitulada Jesus, Santíssimo Nome, faz algumas referências à manifestação desse tema no Livro Sagrado. Podemos notar as citações a partir do Santo Evangelho: Se conhecesses o dom de Deus e quem diz “dá-me de Beber”, pedirias Tu, e do coração água viva iria nascer. (Jo 4,14); Se alguém tem sede, venha a mim, e beba quem crê em mim; pois jorrarão do seio meu rios d’água viva sem fim! (Jo 7,37-38); mas, também, partindo da referência veterotestamentária na literatura profética e sapiencial: Que o direito corra qual rio, e a justiça confluente; e a paz Inundará quem pratica este culto coerente! (Am 5,24); Somente a Ti repouso vem, a salvação nos dás; Somente em Ti libertação, somente em Ti a paz. (Sl 61,1-2); De Ti minha alma sede tem, Te procuro desde cedo. Como terra seca almeja a chuva, Tu és o meu Rochedo! (Sl 62,2). Em todos esses trechos se faz presente a dinâmica da relação vertical de Deus para com seu povo e do povo para com seu Deus. Tudo isso é perfeitamente manifestado no mistério da Encarnação, na pessoa de Jesus.

A pregação do Santíssimo Nome fez São Bernardino estar convencido de que a memória deste Nome era de grande proveito para os fiéis, pois evoca diversos aspectos concretos e simples da vida de Nosso Senhor, desse modo tornando mais acessível a compreensão do seguimento ao Cristo pobre, humilde e crucificado. O Nome de Jesus traz a oportunidade de se falar com simplicidade da pobreza do presépio, da infância e juventude na carpintaria, da penitência e desprendimento no deserto, do sublime gesto da kénosis divina; da Eucaristia; das palavras e sentimentos de Jesus, do seu sofrimento no Calvário, e, ainda, não deixa de evocar a dimensão divina do seu triunfo sobre a morte na Ressurreição.

No hino paulino, presente no segundo capítulo da Carta aos Filipenses, o Apóstolo das Gentes marca a característica própria do seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, isto é, a pronta disposição de tomar para si o modo de vida próprio de Jesus.

Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo Jesus. Ele, estando na forma de Deus não usou de seu direito de ser tratado como um deus, mas se despojou, tomando a forma de escravo. Tornando-se semelhante aos homens e reconhecido em seu aspecto como um homem abaixou-se, tornando-se obediente até a morte, à morte sobre uma cruz. Por isso Deus soberanamente o elevou e lhe conferiu o nome que está acima de todo nome, a fim de   que ao nome de Jesus todo joelho se dobre nos céus, sobre a terra e sob a terra, e que toda língua proclame que o Senhor é Jesus Cristo para a glória de Deus Pai. (Fl 2,5-11)

Jesus é insubstituivelmente o referencial a ser imitado-seguido. Nos tempos atuais, levando em conta tantos desafios provocados, ou melhor, evidenciados pelos efeitos da pandemia, urge, de novo, uma chamada de atenção a partir do Nome de Jesus, no contexto paulino. Aos cristãos e cristãs de nosso tempo, quanto mais a nós Frades Menores da Província do Santíssimo Nome de Jesus no Brasil, temos uma missão exigente e urgente a cumprir:

Onde há conflitos, no Santíssimo Nome de Jesus, sejamos sinal de paz; Onde há miséria, no Santíssimo Nome de Jesus, promovamos a saciedade; Quando há medos e inseguranças, no Santíssimo Nome de Jesus, estejamos encorajados e levemos a coragem; Diante da depressão, no Santíssimo Nome de Jesus, que nossa mão esteja estendida para ajudar; Nos vazios de sentido e da existência, no Santíssimo Nome de Jesus, tenhamos a Fé e a Esperança vivas e sempre acesa a chama da caridade. Que o Senhor vos abençoe e vos dê a paz!

 

REFERÊNCIAS

BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo-SP. Paulus, 2020.

FONTES FRANCISCANAS E CLARIANAS. Petrópolis-RJ. Vozes, 2004.

SENA, São Bernardino de. De glorioso Nomine Jesu Christi, cap 2: Opera Omnia, 4,505-506. In LITURGIA DAS HORAS -Próprio da Família Franciscana. Petrópólis-RJ. Vozes, 1999)

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